O que é mais importante...?

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Inteligência: “Um mundo de impulsos nervosos”

Inteligência: um mundo de impulsos nervosos dizemos nós…mas é só isto? Meros impulsos nervosos? Pois…um mundo sim…mas é algo mais elaborado…um complexo e desconhecido mundo, de tal vastidão e imprevisibilidade! Porque razão não nos limitámos nós (espécie humana) àquele simplório instinto animal, característica inerente à vida por tão longos e pesarosos milhões de anos? Não se sabe, e a verdade é que, aqui e agora, nos encontramos… o grande salto evolucionário: e nasce, assim, o tão indispensável e característico “Chico-espertismo”, que nos permite hoje ser algo mais que simples robôs milimetricamente programados a nascer, reproduzir e morrer. Assim nascem os hobbies, as emoções, as tão aclamadas depressões e aquilo que mais intrinsecamente poderemos associar à nossa espécie: a curiosidade.

Por esta altura devem vocês estar mesmo a desistir de continuar a ler este enfadonho texto que não vos vai levar a lado nenhum e, sejamos sinceros...isto não é algo assim muito cativante para a maioria de nós e só mesmo um jornal escolar para gastar precioso papel em tal assunto! Mas lá tentaremos nós, (na nossa bondosa ignorância acreditando que alguém irá, de facto, assimilar estas palavras) passar-vos alguma informação:



Evolução do conceito:

A inteligência começou em tempos por ser tomada por algo meramente hereditário tal como uns lindos olhos azuis, ou como aquele narizinho encantador tal e qual o do pai, sendo que apenas os sábios (meramente inteligentes porque Deus assim o quis e, por isso, inquestionavelmente, os donos da palavra e da razão) se poderiam de facto distinguir do animal comum como seres possuidores de inteligência, ou mais popularmente designados como seres racionais. Apenas a descendência destes homens sábios seria igualmente detentora desta tão elitista característica.
Contudo, assim que o homem aguça a sua inteligência, desenvolve as suas ideias e a forma de as exprimir. Por isso, a definição de tal complexo conceito sofreu uma intensa evolução ao longo dos tempos, passando de tão simples definição (“capacidade pessoal para resolver problemas novos, fazendo uso adequado do pensamento”) a algo de tal complexidade que até os próprios peritos se recusam a dá-la como definitiva (teoria das inteligências múltiplas). Assim, após toda esta evolução, a única coisa que poderemos, de facto, dar como certa, é o quão falacioso se pode revelar rotularmos alguém como inteligente. Assim, o “marrão da turma” deixa de ser o tal “cérebro” visto que, contrariamente ao que nos diz o senso comum, não poderemos concluir tal coisa pelo seu sucesso académico e dificilmente o observaremos pelo seu comportamento. O ser inteligente é muito mais do que uma estupenda média de secundário, muito mais do que uma velocidade de raciocínio sem igual, muito mais que uma perspicácia intimidante.


Eis uma questão tão ambígua que se arrasta, aparentemente sem solução: Homem Vs. Mulher...qual será o mais inteligente??? Existirá de facto consenso??? Inúmeros estudos foram já desenvolvidos e todas as respostas acabam por se tornar inconclusivas! Podemos dizer-vos agora que o cérebro do homem é, de facto, cerca de 160 gramas mais pesado que o da mulher e, então, lá vão os felizes e viris machos todos contentes para casa dizer à mulher para ela continuar a lavar a loiça e esquecer as suas emancipações da “treta” porque está provado que os homens são os mais inteligentes, mas, meus jovens, se quiserem ficar contentes, na vossa ignorância, aconselho-vos a não lerem o resto do artigo, pois não queremos de modo algum desiludir-vos: eu agora digo-vos que o cérebro do elefante é cerca de 6 vezes mais pesado do que o do homem...que estranho não?!
Agora temos aquelas feministas indomáveis que tão orgulhosamente afirmam que ao contrário dos homens, são capazes de fazer várias coisas ao mesmo tempo, o que só pode ser um sinal de inteligência… Mas esqueçam lá isso! Simplesmente têm um cérebro algo mais simétrico e com um maior número de conexões entre os hemisférios, daí esta sua maior coordenação…mas pronto, ao menos podem dizer que até o seu cérebro será mais organizado.
Sinceramente, contentem-se se com este formidável cérebro tão característico da nossa espécie porque, apesar de existirem, sem dúvida, diferenças nas habilidades de ambos os sexos, grande parte delas devem-se, predominantemente, a questões culturais entranhadas por séculos de tradições.

Inteligências Múltiplas:

Outro conceito de facto prometedor e que se tem revelado uma grande “dor de cabeça” quer para psicólogos, quer para cientistas, é o conceito de inteligências múltiplas, mostrando o quão enganoso pode ser tomarmos uma pessoa inteligente como uma pessoa excepcional em todas as áreas, uma vez que existem diversos níveis de inteligência interdependentes uns dos outros de acordo com as áreas cerebrais (e estímulos ambientais) que temos mais desenvolvidas. Então, se vos dissermos nós que o Cristiano Ronaldo poderá de facto ser considerado um sobredotado, provavelmente vocês soltarão uma estrondosa gargalhada. Bem…a verdade é que o Cristiano Ronaldo pode não ser nenhum prodígio intelectual, mas a questão é que a própria coordenação e habilidade desportiva depende também, tal como em todas as áreas, duma pequena secção do nosso cérebro, e daí que este tal “geniozinho” terá, certamente, esta secção do seu cérebro extremamente desenvolvida e, por isso, muitos cientistas também o considerarão como um sobredotado.
Isto mostra o quão enganoso e desactualizado se encontra o nosso sistema de avaliação actual, que, ao invés de procurar em cada aluno aquilo em que ele mais se destaca e investir nessas suas aptidões, padroniza aquilo em que ele se “deve” destacar e limita-se a desenvolver essas áreas (por eles entendidas como as mais promissoras), sendo considerados inteligentes aqueles que, felizmente, tiveram a sorte de se destacar nessas mesmas áreas, mostrando, assim, a tal inflexibilidade do nosso sistema.



Chegamos então a outro grande confronto cultural: por tantos milhares de anos o homem caucasiano (não dizemos “branco” porque poderia ser entendido como discriminante, não é? Racismo? Onde?) arrogantemente se distanciou das restantes raças (se assim será correcto proferi-lo) como uma espécie algo mais evoluída e por isso mais inteligente. Em nome desta premissa, séculos de escravatura nos antecederam marcando, tão selvaticamente, a estupidez humana.
Agora vos dizemos nós que foram, de facto, estudadas as diferenças de QI entre raças, nomeadamente entre Judeus e Negros, dois alvos de grandes perseguições da nossa história e, indiscutivelmente, estes revelaram grandes diferenças de QI e lá estamos nós fomentando fortemente um grande sentimento de xenofobia, mas agora vos digo: peçam a um menino africano, que provavelmente nem ler saberá, que vos nomeie as grandes capitais europeias ou vos recite um qualquer simples verso de Shakespeare e agora façam-no com um menino Judeu, que “devora”, religiosamente, todo e qualquer livro. Acho que não será preciso explicar muito mais para compreenderem que estas discrepâncias de QI nada têm a ver com as suas origens e sim com o ambiente a que estes foram sujeitos. E assim, num pequeno parágrafo, se desmistificam séculos de racismo e xenofobia puramente irracionais.

Testes de QI:

Em seguida optámos por estudar um pouco a história e métodos dos testes de QI (Quociente de Inteligência) e, mais uma vez, foi possível verificar a evolução destes mesmos testes que, obviamente, tiveram que ser, ao longo do tempo adaptados às novas definições de inteligência. Nas melhores acepções da palavra “inteligência”, os testes aplicados pelos chineses no decorrer do século V foram, provavelmente, os primeiros testes cognitivos de que há registo, mas foi com Binnet e Stern que começaram a surgir os testes de inteligência propriamente ditos que deram origem aos modernos testes de QI. Com Stern surgiu então a definição de QI como um quociente entre a idade mental e idade cronológica, mas muitas eram as limitações destes métodos. Actualmente, poderemos muito mais fielmente conhecer o nível do nosso QI, uma vez que estes testes se foram tornando cada vez mais específicos e adaptados à nossa realidade e geração, deixaram de ser um mero quociente entre idade mental e cronológica e tornaram-se um balanço de todas as nossas aptidões.
Apesar de tudo, há algo bastante importante a registar... Vocês podem de facto ter nascido com uma perspicácia e inteligência prodigiosas, mas não tomem essa inteligência como assegurada pois esses vossos “maravilhosos” genes ainda vos vão dar algum trabalho!! Não duvidem que, inevitavelmente por volta dos 30 anos, todos nós começaremos a perder qualidades, nomeadamente intelectuais e sim, a idade pode ser de facto, um sinal de sabedoria, mas não continuem utopicamente enganados porque não é de modo algum um sinal de inteligência! Os nossos tão preciosos neurónios não são, infelizmente, capazes de se multiplicar e, como tal, a única garantia que vos podemos dar é que eles certamente irão morrendo ao longo do tempo. No entanto irá depender de vocês um maior ou menor declínio do QI, e para isso deveremos, ao longo de toda a nossa vida, exercitar este precioso cérebro e levar uma vida saudável pois nada como o álcool ou a droga para devastar centenas destes raros espécimes em poucos segundos.



Foram realizados estudos que afirmam que os irmãos mais novos são geralmente os mais inteligentes da sua linhagem, muitas vezes até mais inteligentes que os seus irmãos mais velhos. Não poderemos dizer que isto esteja provado, mas não há dúvida que o cérebro humano tem evoluído tal como qualquer outro órgão, desde os tempos pré históricos onde tínhamos um cérebro substancialmente mais reduzido e menos funcional. Apesar de ainda existirem uns quantos “australopitecos” entre nós, o nosso cérebro permite, às gerações de hoje em dia, fazer coisas impensáveis para as gerações de outros tempos e grande parte de nós, se nascido há umas poucas centenas de anos, seria considerado um génio e daí podermos acreditar que talvez Einstein, Newton, Galileu nasceram, pura e simplesmente, na época errada, demasiado evoluídos para o seu tempo.

Texto escrito: Pedro Carvalho

3 comentários:

  1. gostei da musica
    parabens

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  2. Nao fazia ideia que de facto nao existiam diferenças entre inteligencia feminina e masculina. Apesar de ser homem, reconheço que, varias vezes, observamos as mulheres a fazer diferentes a mesmo tempo, enquanto que os homens sao mais trabalho de musculos.
    Muito curioso o vosso post. Parabens pelo blog!

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  3. Sinceramente acho que este tema é muito interessante. Gostei bastante da vossa apresentação e do blog.
    Por ser a irmã mais nova gostei bastante do texto em que o pedro diz que "os irmãos mais novos são geralmente os mais inteligentes da sua linhagem". Percebe-se logo que o pedro não tem irmãos mais novos, se tivesse não os elogiava... lol.

    PARABÉNS pelo blog e pelo vosso trabalho que, apesar das inumeras peripécias, ficou 5estrelas!

    Sara Venâncio

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